sábado, 20 de setembro de 2008

ARQUITETURA DA DESTRUIÇÃO

Um filme de: Peter Cohen.
Narrado por: Bruno Ganz.

ARQUITETURA DA DESTRUIÇÃO.

Dizem que em uma aldeia alemã nos anos 30, as pessoas tinham seu conceito próprio do que era o Nacional-Socialismo.Elas achavam que o Nazismo tinham ligação com a pureza.E que sua característica era a rejeição sexual. E quando as mulheres falavam sobre essa rigidez, balançavam a cabeça e diziam:“Esse Nacional-Socialismo é duro, Só um professor sabe lidar com ele. Ou talvez o barbeiro.”Embora os aldeões tivessem sua concepção sobre o Nazismo nunca mencionaram algo importante:O sonho nazista de criar, através da pureza, um mundo mais harmonioso.O Nazismo alertava sobre um mundo preste a ruir. Que ameaçava mergulhar a Terra na escuridão eterna. Os Nazistas diziam conhecer a origem da ameaça, e se responsabilizaram por erradicá-la. Purificada e preservada da decadência uma nova Alemanha surgiria mais forte e muito mais bonita.A Alemanha comemora o Dia Das Artes em Munique em 1939.É a ultima grande manifestação artística do 3º Reich., Dentro da 6 semanas começaria a II Guerra Mundial.“Sim esse governo, metade do qual consiste de homens que aspiram servir as artes está cônscio do papel do artista como intermediário.” Declara Hans Fredrich Blunk, presidente da câmara da Literatura do Reich. E continua: “Este governo, nascido em oposição ao racionalismo conhece o desejo do povo e seus sonhos maiores que só o artista pode dar forma.”Essa afirmação não é totalmente infundada. Artistas frustados eram uma característica do comando do III Reich. Muitos tinham se empenhado na carreira artística, Goebbels escreveu um romance, poesias e peças. Rosenberg ideologista do partido, pintava. e tinha ambições literárias.Von Schirach líder da juventude hitlerista era considerado um dos poetas importantes do Reich.O próprio Hitler era um pintor frustrado, que sonhou ser arquiteto.Nunca abandonou seu sonho. Seus esforços artísticos perduraram até 1920. Pintava aquarelas, no estilo de cartões postais. “Oh, como gostaria de trabalhar em artes.” Ele se declarou ao se retirar, após a guerra começar. Ele era um artista, não um político. Quando a guerra terminar, ele irá se dedicar a arte.Aos 18 anos, Hitler, inscreveu-se na Academia de Arte de Viena e foi recusado. Foi duro, mas ele escondeu seu desapontamento. Em vez de voltar para casa, em Linz, ficou em Viena. Ele andou por Viena, foi à ópera, pintou um pouco. As vezes, ele se engajava num projeto artístico. Ele e seu amigo de infância August Kubizek queriam seguindo uma idéia abandonada por Richard Wagner escreveu uma ópera juntos.Três anos antes, eles tinham tido uma experiência decisiva. Em Linz, eles assistiram à ópera Rienzi, de Wagner.A ópera se passa na Roma medieval. Rienzi, porta-voz do povo, fica conta a aristocracia.Ele quer voltar 15 séculos atrás e restabelecer a republica da Antigüidade. Ele passa a ser porta-voz do povo. Mas Rienzi é vítima de uma conspiração. Sua última batalha é no capitólio que desaba, incendiado a sua volta.Hitler comoveu-se profundamente com “Rienzi.” Ele traça planos para seu futuro e para o futuro do seu povo.Mais tarde ele diria: “Foi naquela hora que tudo começou.”Essa experiência sedimenta três fixações de Hitler que nunca o abandonarão.Sua fixação em Linz.sua cidade natal, na Antigüidadee em Wagner.Hitler disse: “Só entende o nazismo quem conhece Wagner.”Wagner ocupava um lugar especial na mente de Hitler.Hitler admirava o trabalho político de Wagner. Ainda em Linz ele fantasiava sobre as ópera que escrevia. Tão extravagantes que superariam as de Wagner. Era a encenação de ópera que fascinava Hitler. A ilusão, a realidade. Alçar vôo.Wagner era seu ídolo. Artista criativo e político em uma só pessoa. Hitler absorveu as propostas de Wagner: Anti-semitismo - culto ao legado módico e o mito do sangue puro deram contorno à visão de Hitler sobre o mundo.Também de Wagner vieram as noções de arte para uma nova civilização.E o artista-príncipe, nascido do povo unirá vida e arte, anunciando o Estado Novo.Hitler usou seu pendor artístico na política. Ele criou a propaganda Nazista. Desde uniformes, bandeiras e estandartes.Ele deu forma ao Nazismo com seus desenhos e instruções. A insígnia do partido foi desenhado por Hitler, em 1923. O ourives Gahr seguindo desenhos de Hitler faz a 1ª insígnia da NSDAPA propaganda da vazão as ambições artísticas de Hitler. Os comícios de pseudo-arte tinham proporções astronômicas. Hitler era cenógrafo, diretor e ator principal. Os comícios encerravam um grande ideal nazista.O mito do “Corpo” da Alemanha do “Povo.” Este mito a massa, vista como um “corpo”, com seu sistema circulatório iria se tornar o elemento básico do Nazismo para a purificação racial.
30 de Janeiro de 1933.Os nazistas comemoram a ascensão de Hitler ao poder. Começa uma agitação que toma conta de toda a Alemanha. Em todo lugar, os ativistas forçam sua entrada. Uma proclamação é feita em março:“O que os artistas alemães esperam do novo governo.”A fonte do jornal é a união de grupos culturais nazistas. Seu programa exige que “a arte e a cultura bolchevique sejam destruídas.” Ao mesmo tempo ele se oferecem para ”ficar vigilantes como soldados na vanguarda da luta.” E exigem que os trabalhos expurgados sejam mostrados publicamente e queimados, como exemplo.Em 1933, uma série de exposições da chamada “arte degenerada” são feitos na Alemanha. Mannheim - Nuremberg – Dessan – Stuttgart – Dresden No início dos anos 20, a arte era de fundamental importância para os nazistas. A degeneração cultural foi vista como uma ameaça. “Decadência” era a palavra da moda entre os burgueses. As calamidades que assolaram a Alemanha em particular o “bolchevismo cultural” eram vistos como tendo sido instigados pelos judeus.Aquisições Nacionais antes de 1933 - “Arte Degenerada.” Com as perspectivas limitadas , a arte de vanguarda é para os nazistas, um presságio do destino. Para eles, o calor que percebiam nisso era de evidente depravação espiritual e intelectual.Em 1928, sob o comando de Rosenberg a 1ª organização cultural nazista é fundada. A Sociedade Nacional Socialista da Cultura Alemã. Um dos seis fundadores foi Himmler, comandante as SS. A organização trocou o nome para “A Defesa da Cultura Alemã.” A ofensiva contra a arte moderna tem caráter higiênico. Segundo eles, os trabalhos dos artistas modernos mostram sinais de doença mental de seus criadores.Um dos membros mais influentes da “Defesa” era o teórico Paul Schwitze-Naumburg. Ele faz palestras pelo país a partir de janeiro de 1931.“No mundo da arte alemã, uma luta, de morte, não como a luz na política é travada e deve ser encarada com a mesma seriedade”, diz ele. Mostrando slides para ilustrar suas palestras ele projeta sua visão de arte. Mostrando fotos de casos de deformação tirados de revistas médicas e comparando-as com a arte moderna, ele conecta degeneração com perversão artística.As fotos e diagnósticos eram fornecidos pelo Professor Wey Gandt, da Psiquiatria da Universidade de Hamburgo.Para Schultze-Naumburg, arte é o espelho de saúde racial. E ele se refere a antigüidade e o Renascimento. E tem dever, assim como as esculturas gregas tiveram de expressar o desejo do povo por representar a raça.“Vendo estes quadros, ninguém pode identificá-los com nada além da desgraça, observada em manicômios onde se reúne a degeneração de nossa espécie.” Conclui Schultze-Naumburg.Ninguém espiritualmente precisa ser convencido que é mostrada aqui numa visão que deve ser banida para sempre da nova Alemanha. Em 14 de julho de 1933 uma nova lei é sancionada “Esta lei vai ajudar a eliminar a doença. É vital o auxílio aos fortes e sadios.”Ela obriga a esterilização do doente por causa da hereditariedade.Mas essa lei é só o 1º passo de um processo.Em março de 1935 uma exposição é aberta em Berlim. “O milagre da Vida.”Aqui, o médico emergi como o líder da política racial. Na procura do sangue puro, os inimigos são os judeus os miscigenados e a degeneração.Numa seção aparecem as comparações de Schultze. Em outra, fala-se dos doentes mentais e indigentes. ISTO PODE SER CHAMADO DE VIDA? Uma imagem grotesca mostra retardados gradualmente excedendo o número de normais.TEORIA DE RAÇA, HIGIENE RACIAL, HEREDITARIEDADE, EUGENIA.Outra seção lida com a preservação da raça e cultura. “Nosso 1º princípio de beleza é saúde”, declara Hitler.Os métodos da ciência vão assegurar isso. O médico passa a ser perito em estética.Problemas estéticos são problemas médicos. Essa exposição já indica a idéia de assassinato em massa. O médico não está mais a serviço do indivíduo. Agora, ele cura o corpo da raça. É um guerreiro na luta contra as doenças que ameaçam o “corpo” do “povo” alemão. O médico-de-uniforme vem a frente da sociedade. A “nazificação” dos médicos se intensifica após os primeiros meses do regulamento nazista que retirou médicos judeus de seus postos.
DECLARAÇÃO DA SOCIEDADE MÉDICA NAZISTA.Essa expulsão em massa criou muitas chances de carreiras. Médicos ideologicamente corretos, subiram na carreira. Escolas especiais ofereciam curso de medicina nazista.Nenhuma outra profissão tinha tantos membros no partido, 45% dos médicos alemães pertenciam ao partido. “Minha luta” estabelecia o objetivo perseguido pelos médicos pioneiros do nazismo: “A nação que preserva seu melhor elemento racial na adversidade um dia deve comandar a Terra. Nossos seguidores deve se abater pelos sacrifícios pois os resultados compensarão.”Gerhard Wagner, médico-chefe de III Reich, prometeu: “No futuro, conseguiremos realizar o desejo do Fuhrer: criar o novo homem alemão.”Na reunião nacional do partido em 1935, Hitler conta a Wagner sua intenção de liquidar os “doentes incuráveis.” “Compatriotas o que desejamos da juventude de amanhã é diferente do que era desejado no passado. Precisamos criar um novo homem para nossa raça não sucumbir ao fenômeno da degeneração, típica dos tempos modernos.”Durante essa reunião, novas leis foram divulgadas. Gerhard Wagner atesta em seu discurso: As Leis de Neurenberg protegerão o sangue alemão. Casamento entre alemães e judeus é proibido.Em 1936 Wagner discute com membros do partido médico a possibilidade de fazer um filme.
VÍTIMAS DO PASSADO. Na premiere do filme em Berlim, em 1937, o Dr. Wagner faz o discurso de boas-vindas. O filme será exibido em todos os cinemas da Alemanha. Tudo que é inviável na natureza, perece. Nós humanos pecamos contra a lei da seleção natural nas ultimas décadas. Não só aprovamos formas de vida inferiores como encorajamos sua propagação. Essas pessoas são assim. Pessoas saudáveis vivem em guetos e casebres. Porém, construíram palacetes para os loucos. E eles nem se dão conta da beleza que os cerca. O povo alemão mal sabe a extensão desta peste. Ele não conhece a atmosfera opressiva onde milhares de imbecis precisam ser alimentados e tratados. Indivíduos inferiores a qualquer animal. Nos últimos 70 anos, nossa população aumentou 50% enquanto a doença hereditária crescer cerca de 450%! Se essa situação continuar em 50 anos será um doente para cada 4 pessoas saudáveis. Uma seqüência de horrores invadirá nossa nação. Um infortúnio sem par afetará nossa raça que marchará cabisbaixa para o seu destino.
Embelezamento do mundo é um dos princípios nazista. Há muito tempo atrás, o mundo era lindo. Mas a miscigenação e a degeneração poluirão o mundo. Só a volta dos antigos ideais fará a humanidade desabrochar. Nos anos 30. Hitler iniciou uma coleção de arte. Essa galeria particular da uma idéia de sua visão do mundo e dos ideais que pretende estabelecer. A coleção e dominada pela arte da época de Bismarck. - Trabalhos de Hans Makart - Franz Defregger - Rudolf Epp - Franz Von Stuck.Talvez a coleção fosse para o museu que Hitler ia fundar em Linz. Onde ele escolheria os objetos de arte e onde só ele decidiria o que era a grande arte.A coleção revelava a limitada intelectualidade de Hitler. Entre os 74 trabalhos da coleção há poucos retratos, todos pintados de fotografias. Um da mãe de Hitler. Um de seu pai. Dois de sua sobrinha, Geli Raubal a única mulher próxima de Hitler. Suicidou-se em 1931. Um de seu motorista Julius Schreck. E um de Richard Wagner.Como fundador do museu. Hitler criaria o 1º grande evento de arte do Reich. P.L. Troost, arquiteto e confidente de Hitler foi comissionado em 1933 para construir um novo museu em Munique. Em outubro, Hitler lança a pedra fundamental, - “A pedra está lançada.” Mesmo antes do término, a 1ª exposição é preparada um júri, composto de peritos da confiança da Hitler selecionou os trabalhos entre 15.000 obras, Seis semanas antes do museu abrir Hitler checa os resultados. Desapontado, exaspera, ele resolve fazer o trabalho. Heinrich Hoffman, fotógrafo de Hitler, que sabia seu gosto, é designado para fazer a exposição nos moldes de Hitler. Em 18 de julho de 1937, a “Casa de Arte Alemã” e a “Grande Exposição de Arte Alemã” são inauguradas. Elas mostram “a nova e genuína arte alemã.” A escultura se desenvolve. Os escultores Breker e Thorak são precursores do estilo que virá a ser típico da época nazista. Mas o discurso inaugural de Hitler não é só sobre arte. “Esta exposição representa o fim da loucura na arte. E a negação da cultura alemã. Doravante, nós amargaremos uma guerra purificadora contra a desintegração de nossa cultura.”No catálogo vinha um panfleto. DECADÊNCIA MORAL. FANTASIAS MÓRBIDAS.ARTE DEGENERADA. Para se contrapor à “Renascença de Arte Alemã” a exposição “Arte Degenerada” é aberta no dia seguinte. Com a ajuda de Goebbls, Hitler tem como certo o sucesso da exposição.A mostra “Arte Degenerada” colocaria um fim a arte “judaica-bolchevique.” Foram mostrados trabalhos de 730 artistas banidos. Oskar Kolochka.- Emil Nolde. - Franz Marc. - Max Beckman.- Janket Adler. - Ernest Ludwig Kirchner. A arte alemã tinha se purificado.A ambição nazista de embelezamento englobava todas as áreas. Essa ambição encontrou sua expressão administrativa em o “Bureau de Beleza do Trabalho.”“Já nos acostumamos às nossas fábricas e escritórios com aspecto frio e sujo. Agora haverá uma mudança! Nosso local de trabalho será bonito e funcional. Isto não é irrelevante. Os empresários devem saber que mais importante que as máquinas, são as pessoas. É questão de uma nova percepção de vida. Relaciona-se ao bem estar das pessoas em seu trabalho.”Limpeza é o lema da “Beleza no Trabalho.” “Trabalhadores limpos em lojas limpas”, era o slogan.“Beleza no Trabalho” libertação dos trabalhadores pela limpeza. O médico-chefe Gerhard Wagner disse simplesmente: “Se a luta de classe morrer, trabalho e criatividade devem perder o estigma da sujeira. Se mostrarmos ao trabalhador como deve se lavar e o elevarmos ao nível da burguesia ele entenderá que não há por que lutar.O despertar estético vai libertá-lo de sua classe e libertar a sociedade do conflito da luta de classes. Esta sociedade será a incorporação de um idílio limpa de toda feiura intocada pelo caos da sujeira. Seu povo bonito e saudável, lutando por um objetivo comum. Para caracterizar essa época, novos prédios surgirão.Na noite em que ascendeu ao poder Hitler falou sobre arquitetura. Ele chamou a chancelaria de “caixa de charuto.” A maior tarefa do arquiteto Albert Speer era criar um novo prédio para a nova chancelaria.Hitler desenhou os primeiros esboços. O projeto foi mantido em segredo. Até irromper a guerra, Hitler dedicou muito do seu tempo à arquitetura da nova Alemanha.Ele deu pilha de desenhos para Speer e entre suas reuniões ele trabalhou em novas idéias. O tamanho do seu sonho arquitetônico era imenso. Mais de 40 cidades com projetos de construção monumental. “Lancei a pedra fundamental do prédio de Turismo de Berlim. Determino que se inicie a reconstrução da Grande Berlim.”Em 14 de junho de 1938, Hitler proclama uma vasta mudança em Berlim. Entretanto, o alcance real de seus planos para a capital permanece secreto.Quando a nova chancelaria é terminada em janeiro de 1939 um mito nasce. De acordo com o mito, Hitler comissionou Speer para desenhar e construir a estrutura maciça. De fato, o trabalho havia começado há 4 anos atrás. Ao mesmo tempo que ele desenhou a nova chancelaria.Hitler decidiu reformar seu chalé em Berchtesgarden para se adequar melhor a sua nova posição.Assim, ele não só fez os desenhos como assumiu o replanejamento de Berghof seu retiro.A casa original fazia parte da nova estrutura.O resultado foi amadorístico. Obviamente, falha do desenho. Um chalé alpino aspirando ser um chateau, o orgulho de Hitler era a maior janela retrátil do mundo com uma área de 32m2.Em Berghof, o monumental faz pior com a burguesia, de um modo singular: a maior janela retrátil estava em um chalé-janela. O sonho burguês absolutamente inflado. Essa janela na paisagem, como vidro sobre uma pintura emoldurava o sonho estético de Hitler.Paisagem montanhosa era seu motivo preferido. Na Exposição de Arte da Grande Alemanha, em 1938, Hitler comprou não só o Zugspitzmassiv de F. Bernhard, mas também outras nove pinturas com paisagens alpinas.As exposições anteriores da Casa de Artes Alemã. O fotógrafo de Hitler Heinrich Hoffmann, faz parte do júri. No dia da inauguração, Hitler o indica para o cargo de professor universitário. Hitler compra 372 obras um terço de toda exposição.Em seu discurso, Hitler fala de algo importante par ele: A aquisição da estátua clássica grega “The Discus Thower.” Hitler usa esse evento como complemento de seu discurso: “Notem como o homem já teve beleza física. Só poderemos falar em progresso se readquirirmos tal beleza e a superarmos. Que possamos enfrentar os deveres de nosso tempo. Que nos empenhemos pela beleza e elevação. Assim, nossa raça e nossa arte resistirão ao julgamento do milênio!”É essa correlação entre homem e arte que eleva a escultura ao “Estado de Arte” no III Reich. Escultores como Arno Breker e Josef Thorak. não são apenas artistas. São criadores de um novo tipo de homem. É deles a tarefa de transmitir a imagem desejada. Esse objetivo leva os nazistas a criarem um conjunto de medidas. Hitler supervisionará o processo em curso. Em 1938, ele participa ativamente de um caso: Uma criança nascida cega sem uma perna e sem parte de um braço. Hitler ordena que seu médico pessoal entervenha. A criança chamada Knauer, é dada como “idiota.” Brandt indicará a eutanásia aos médicos dela. Ou seja, a criança deve ser morta.Brandt informa aos médicos que qualquer medida judicial contra a ordem de Hitler será anulada. Mais tarde Brandt teve que utilizar a eutanásia em casos similares. “Eutanásia” significa ajudar alguém que sofre a morrer. No contexto da política racial nazista, o termo passou a ter outro significado.A Grande Exposição de Arte Alemã de 1939. Hitler compra 264 obras. Após anexar a Áustria, Hitler atualiza seus planos para Linz. Esses sonhos o acalentavam desde a juventude. Já em 1925 ele planejava a Galeria de Arte Alemã. Nela, os artistas exporiam os seus trabalhos, se Hitler considerasse que tinha talento. Esses sonhos tomaram grandes proporções.A visita oficial de Hitler a Itália em 1938, na qual ele viu os tesouros artísticos alimentou ainda mais seus planos. Ele visualiza Linz como o centro cultural do mundo. Ele faz desenhos de construções gigantescas. O Dr. Hans Posse, chefe da Galeria de Dresden recebe a incumbência de reunir a coleção de arte de Linz. Ele confisca o acervo de arte dos judeus, em Viena.Em 1º de setembro de 1939 a Alemanha ataca a Polônia. Tinha começado a II Guerra.Nove dias antes Alemanha e Rússia assinaram um pacto de não-agressão. Hitler derrota a Polônia após 2 semanas do início da Guerra. Semanas depois, Hitler inicia o Programa de Eutanásia. A Alemanha ficará livre de pessoas com defeitos. O amigo e o médico pessoal de Hitler, Karl Brandt e seu chefe de Estado-Maior, Philipp Bouhler vão escolher os médicos que farão parte do programa.A ordem é escrita em papel pessoal de Hitler e com a data do dia em que teve inicio a guerra. Essa tática indica dúvidas de Hitler. No caso Knauer ele manteve seu papel em segredo. Ele esperava que o programa fosse melhor aceito coincidindo com a guerra. O assassinato dos inferiores” parecias uma medida de mobilização. A psiquiatria alemã quer preservar o “corpo” de “povo”. Assassinato, logo, seria a melhor forma de terapia. O futuro laboratório para esse tipo de terapia, o campo de teste para esse experimento seria a Polônia, que fora engolida em menos de um mês. Depois de testes na prisão de Brandenburg, Hitler, acatou o médico da SS, e recomenda o uso letal de monóxido de carbono. Ë Aberto um escritório em Berlin para o programa, seu endereço, Rua Tiergarten, 4 . É o nome código da organização T4.É feito um formulário com questionário e relatório médico, que era distribuído em hospitais e asilos para colher dados da patologia, capacidade de trabalho, raça , religião, e ficha criminal de cada paciente.Um espaço é reservado para a decisão do médico, sinal azul, significa : VIDA, sinal vermelho: MORTE.Desde o início os judeus tem um status especial. Basta Ter diagnóstico de ser judeu. Mais tarde os pacientes selecionados são levados. O pessoal da SS, de avental branco, transporta-os.As janelas do ônibus são pintadas para não serem vistos. Espera-se um tempo, para transportar os pacientes para a unidade de morte. Durante esse período a família recebe 3 cartas, uma justifica a mudança devido a guerra, a Segunda informa que o paciente havia chegado bem. Um médico assina a carta, com assinatura falsa. A ultima carta, preparada por um departamento especial atesta a causa fictícia da morte e dá condolências. A Assinatura é falsa.Na unidade da morte os pacientes são agrupados. Os corpos são queimados no crematório.No programa T4, os médicos nazistas vêem seu veículo de experimentos. Eles falsificam assinaturas, comportam-se como criminosos. Não quer dizer que tinham duvidas nas suas convicções. Eles acham que o povo alemã não esta pronto para entender tais ações. A matança pode ser feita por qualquer um , mas para manter a legitimidade, um médico deve abrir o gás.O esforço hoje para se manter “vidas inúteis” é o mesmo da época para preservar o “sangue ariano”.A medicina alemã estava entre as melhores do mundo com tratamento modernos: Desafios do câncer - CONFIE EM SEU MÉDICO! Descubra a tempo. Lute a tempo – Câncer pode Ter cura! Esse papel duplo, medico curando com uma mão e matando com outra começa a gerar desconfiança no povo alemã.Devido aos planos do inimigo de expandir a guerra para a Bélgica e Holanda e a ameaça a Rússia, na madrugada de 10 de maio, o exercito alemã ataca as fronteiras a oeste. Com o ataque a Holanda e a Bélgica, começou a ofensiva.Em meados de junho de 1940, Hitler esta no auge, ele invade a França. Na madrugada cinzenta, um avião aterriza em Le Bourget, fora de Paris, Hitler faz um tour com um grupo de artistas para ver a Paris tombada.Eram 6:00 da manhã, era a primeira vez que Hitler visita a capital da frança, a seu lado esta o escultor Amo Breker, e os arquitetos Albert Speer e Hermann Giester. Dirige-se a ópera de Paris, como perito em casa de ópera, Hitler lidera o grupo. Em toda a Europa há poucos teatros de renome, cuja planta ele não conheça. E Ele havia estudado em detalhes a planta do “L’Opera”. Conhecendo bem o prédio, nota a falta de uma antecâmara. Ela havia sido eliminada durante uma reforma.Seu programa prossegue em passos rápidos. Um tour pela Paris ainda adormecida. “Meu sonho era conhecer Paris”. Disse Hitler quando voltava para o aeroporto: “Paris Não é Linda?” Pergunta a Speer. “Pensei muito se devia destruir Paris. Mas quando Berlim estiver pronta, Paris será uma sombra, então porque destruí-la?”A tarefa de reforma de Paris coube a Albert Speer.Projetos para a criação da nova capital mundial estava pronto, Hitler expôs as enormes maquetes num anexo a chancelaria do Reich.O arco do triunfo de Hitler, duas vezes maior do que o original de Paris. Speer o projetou segundo o esboço de Hitler em 1925.O palácio de Fuhrer, um imenso complexo arquitetónico, destinado a ser a nova residência de Hitler.O grande centro cultural, a verdadeira coroa da nova Berlin, esta construção baseava-se num esboço de Hitler de 1925, Speer deveria transformar o sonho em realidade.A Cúpula , deveria ser o maior centro cultural do mundo com lugar para 180.000 pessoas. Suas mediadas eram praticamente inacreditáveis, 17 vezes maior que a basílica de São Pedro em Roma. Para a entrada, Hitler sugeriu uma imensa estátua de si mesmo, uma abertura no teto permitindo a entrada de luz.Até 1950, o mais tarde, tendo vencido a guerra, a nova capital estaria pronta.A grande exposição da arte alemã em 1940, na casa de arte alemã, 751 artistas expõe pinturas e esculturas, Hitler compra 202 obras.A metrópole cultural do futuro, Lins, esta em obras. A ponte Niebelungen dá uma nova imagem a cidade. Às vezes Hitler vai visitar sua cidade natal. A guerra abre novas possibilidades ao projeto de Lins.A ocupação alemã da acesso aos tesouros europeus. Os homens de Hitler procuram pela Europa e levam para casa trabalhos adquiridos e confiscados: Leonardo da Vinci – Rembrandt – Jacob jordaens.Hitler escolhe obras de arte pelo catálogo, para irem para a Alemanha.Em 6 de abril de 1941 a Alemanha ataca a Iugoslávia e a Grécia.Em 27 de abril, o exercito alemão marcha por Atenas. Para Hitler essa conquista não é apenas mais uma. Ele proibiu o bombardeamento em Atenas. Ele fala do seu sentimento a Goebbls, seu coração pertence a antigüidade., a Roma e Atenas. Hitler tem fixação na antigüidade. Ele tem admiração irrestrita pela antigüidade. Ele vê como modelo da sociedade que ele quer formar. “Se falarmos de antepassados, chegaremos aos Gregos”. Ele descreve Esparta como o “estado da raça mais pura”, Roma antiga era “a mais forte república que existiu.” ”Atenas, Esparta, Roma”, disse ele, “Se criarmos a síntese dos três, nossa nação nunca perecerá”.Por 2500Km de fronteiras, o maior continente de tropas já vistos na história, os soldados vão proteger a cultura contra o barbarismo.Em 22 de junho, Hitler, ataca a União Soviética, fracassando com a Inglaterra, a Alemanha fica com duas frentes de Guerra, semanas depois, Hitler quer ir ao território Russo ocupado, “Derrote-nos Russos! – Aqui houve uma das batalhas mais duras de toda a história. Só aqui fez-se cerca de 350 mil prisioneiros. Os Judeus foram levados para os campos. “Eles são do tipo judeus do leste que após a I guerra, invadiram as metrópoles européias, parasitando e ameaçando destruir mil anos de cultura.”“Sinto-me como Robert Koch da política, diz Hitler, ele descobriu um micróbio e mudou a medicina, eu expus o judeu como o micróbio que destrói a sociedade.”Na grande exposição de arte alemã, de 1941, pela primeira vez, Hitler não tem tempo de ir a abertura. Ele escolheu as obras antes e comprou 121 trabalhos.O ataque a URSS, inspira Hitler numa nova iniciativa, uma organização para a arte da guerra, os artistas retratariam-no frente a ofensiva do leste. Luit Pold Adan, pintor e líder do projeto, pretende, não só pintar o horror da guerra , mas também os momentos poéticos, para mostrar ao povo alemã.Enquanto as tropas Alemãs avançavam a Rússia, os escultores alemães trabalham freneticamente.Josef Thorak faz uma escultura monumental destinada a sede do partido em Nuremberg, numa área de 16,5Km2, uma paisagem visionaria de floresta de carvalho, mármore e granito, tomam forma.As reuniões do partido eram em arenas onde cabiam milhões de pessoas. Em conjunto com seus planos, campos de Zeppelin em 1934, Speer e Hitler, desenvolveram o princípio das ruínas, no qual edifícios importantes seriam construídos e num futuro distante surgiriam, formando ruínas pitorescas.Os métodos e os materiais de construção foram discutidos e Speer fez desenhos dos prédios em ruínas cobertos de mato.A tribuna de 360m no campo de Zeppelin foi inspirada no altar de Pergamon. O salão do congresso foi inspirado no coliseu de Roma. No campo de marcha para 500 mil espectadores as forças armadas demonstraria fogo de guerra.A estátua de Josep thorak ficaria acima do tribunal. Na rua de granito, com 90 m de largura, colunas de 60 homens desfilariam.No local do estádio Alemão, a escavação estava em pleno vapor. Essa arena de esporte era para 400 mil pessoas, e é a maior construção do gênero.Hitler havia designado esta área como local histórico, em sua visita aqui, 1930, ele declarou: “Se em um futuro distante, arqueólogos cavarem a terra e acharem granito, deixem que fiquem cismados antes da grande revelação que estremecerá o mundo.”Hitler achou que a URSS seria derrotada em 4 meses e que a maioria dos russos ficaria do lado alemão, provocando o colapso na Rússia, mas ele também tinha outros objetivos, que eram compatíveis com essa idéia e comprometia seus planos. Sua idéia de escravização e genocídio influenciou a guerra.A projetada ofensiva ao leste aborreceu os conservadores, como se a guerra fosse contra um elemento tecnológico, mas será que a fixação de Hitler pela antigüidadeNão influenciou sua estratégia e seus objetivos de guerra?Querer escravizar vizinhos menos civilizados ou tecnologicamente avançados, ou eliminá-los. Deslocar grandes multidões e reduzir a cinzas cidades inteiras. Transpor os objetivos de guerra de milhares de anos atrás. Os fantasmas de guerras antigas pareciam assombrar Hitler. Uma guerra moderna com objetivos antigos. Esse padrão faz lembrar as guerras de aniquilação. As guerras púnicas, a destruição de Cartago. A vitória não era suficiente. O objetivo era erradicar a “razão de ser” do inimigo através da aniquilação de sua cidade e das pessoas.Devemos voltar aos princípios antigos. A cidade precisa ser arrasada, disse Hitler em Leningrado. Ele tinha planos similares para Moscou. A capital russa devia ser apagada da memória. Uma enorme represa devia ser construída no local.Escravização do inimigo era um meio clássico de adquirir poder. Os nazistas aplicaram esse método com uma freqüência sem paralelo nos tempos modernos. Só para o projeto de construção de Berlim Speer requisitou 30 mil prisioneiros de guerra.Quanto mais os russos entendiam o caráter da guerra mais bravamente resistiam. O inverno russo chega em novembro. “Não haverá luta no inverno”, Hitler assegura aos generais. As tropas alemãs não estão equipadas. Os artistas enviados para retratar a ofensiva russa cumpriam sua missão. Suas pinturas estampavam a derrota. No início de dezembro de 1941, a ofensiva alemã é detida fora de Moscou. A derrota torna-se uma catástrofe. Logo após, os Estados Unidos entram na guerra. Com o ano de 1941 chegando ao fim, Hitler vê que a guerra está num momento decisivo. Os objetivos propostos não tem suporte material. A visão de domínio do mundo cai por terra. O que resta agora é a dor da morte do III Reich em câmera lenta.Um objetivo secundário começa a tomar forma: Eliminação dos judeus.Na conferência de Wannsee, em 20 de janeiro de 1942, é selado o destino dos judeus, europeus. São feitos planos para “uma solução da questão dos judeus.” Os judeus alemães tinham absorvido a cultura alemã. Sua esperança estava na Alemanha de Goethe e Schiller. Acreditavam que era uma proteção contra o barbarismo. Em 1933, os judeus eram menos de 1% da população. 500 mil pessoas.Em 1941, mais da metade deles tinham deixado o país. Os 11 milhões de judeus europeus não percebiam o desastre se aproximando. O impensável era incompreensível.A “outra” Alemanha tinha fugido no silêncio, no exílio.Há algum tempo o III Reich vinha matando pessoas para abrir caminho à nova cultura.No outono de 1941 dentro do programa T4, cerca de 70 mil doentes mentais foram mortos. Logo as dificuldades apareciam. Vários locais de “eutanásia” eram, perto de cidades grandes. A fumaça do crematório podia ser vista. Cachos de cabelos saiam das chaminés indo parar nas ruas.O pessoal do T4, bêbado, falava disso nas tavernas.Circulavam rumores sobre a doença que o programa atendia.Soldados com danos cerebrais teriam o destino dos loucos.Protestos do clero alemão aumentaram a apreensão, os rumores que, em tempo de guerra, soldados feridos estavam sendo eliminados, era inaceitável.Em agosto de 1941, Hitler suspendeu o aspecto mais evidente do programa: Depois disso, a política de extermínio foi mais sigilosa. Seguindo o avanço das tropas ao leste, Unidades da SS, chamadas de “Einsatzgruppen”, tinham a tarefa de balear judeus ciganos e oficiais políticos. Esta ação era apenas provisória. (11 milhões de judeus não seriam mortos assim.)Hitler confiou o extermínio a uma organização a SS, que era a frente de vanguarda do nazismo. Era a nata da sociedade. Advogados, médicos e outros homens educados foram recrutados por Himmler, comandante da SS. Um exemplo dessa seleção é Reinhard Heydrick, um habilidoso esgrimista, violinista ávido é um dos pioneiros da política de extermínio.Em 31 de julho de 1941, Heydrick recebe ordens por escrito de Goring para “tomar as medidas necessárias para a solução da questão dos judeus.”No outono de 1941, Himmler e Heydrick nomearam o cap. Herbert da SS, para iniciar a próxima fase de extermínio no leste. Lange tinha experiência em execução com gás. Ele testa um novo método de “eutanásia” na Rússia. Furgões a gás. Usando 3 desses veículos em Kulmhot, perto de Lodz, Lange cria o 1º campo de extermínio da história. Os furgões servem como câmaras de gás e transporte. O gás é bombeado para dentro da carroceria. As vítimas são levadas e despejadas diretamente em valas comuns.A SS também era obrigada a cuidar do “Corpo” do “Povo” em duas frentes. Para que todas as vítimas de Tb sejam encontradas logo.Os batalhões de Raio-X da SS estão em ação. Eles andam pelo Reich com seu equipamento fazendo exames de Raio-X. Os médicos da SS fazem o Raio-X em áreas da Polônia. “Todo ariano deve fazer o Raio-X para se descobrir a tuberculose a tempo.”Ao mesmo tempo em Kulmhot, os furgões de gás iam e vinham. O pessoal da SS com avental branco e estetoscópio levava “pacientes” para “tratamento.” “A descoberta do micróbio dos judeus é “revolucionaria”, diz Hitler.“Devemos continuar as lutas de Pasteur e Kach. Inúmeras doenças tem uma só causa: o judeu! Seremos saudáveis quando eliminarmos os judeus.”Esse pronunciamento foi feito em fevereiro de 1942. Ao mesmo tempo Cristian Wirth que instalou as câmaras de gás para a eutanásia, recebe ordens de usar seu conhecimento na SS. Wirth considera Lange um amador. Wirth começa a reconstruir a 1ª câmara de gás do leste. Em 17 de março o pessoal do campo de morte de Belzec recebe as primeiras vítimas. A câmara de gás é cópia da existente, com maior capacidade. São construídos os campos de morte de Sobibor e Treblinka. Nesse meio tempo, surge um novo método que pode eliminar os outros dois. Estão sendo feitos os testes em Auschwitz com um inseticida a base de cianeto. Após a invasão da Polônia, uma equipe de filmagem destacada por Goebells para fazer um filme de propaganda chegou aos territórios ocupados. O filme foi rodado nos guetos imundos dos judeus. O JUDEU ETERNO.Em 28 de novembro de 1940 o filme estréia nos maiores cinemas de Berlim.O JUDEU ETERNO.A platéia era formada por representante do partido do exército, das artes e ciências. Aqui, a campanha contra os judeus atinge seu ápice. Este é o fim da propaganda de guerra e o início do extermínio em massa.“Os judeus civilizados que conhecemos na Alemanha nos dão só um quadro incompleto do seu caráter racial. Este filme nos mostra em cenas autênticas, feitas nos guetos poloneses como os judeus são, antes de se encobrirem atrás da máscara de europeu civilizado.”“Em todo lugar que uma mácula aparece no Corpo do Povo eles grudam, alimentando-se do organismo em decomposição. Eles lucram com a doença do povo. Empenham-se em perpetuar toda condição patológica. Assim é na Polônia e foi na Alemanha. Assim os judeus se comportam através da história. Onde há ratos eles espalham a destruição à sua volta estragando comida e propriedade. Assim, eles disseminam doenças: Peste, lepra, tifo, cólera, desenteria. Covardes e cruéis, preferem andar em grandes grupos. Entre os animais são destrutivos, nocivos. Assim também são os judeus. Mas são mais perigosos quando podem se intrometer em atividades sagradas, como cultura, religião e arte passando seu julgamento arrogante.A idéia nórdica de beleza, devido a natureza do judeu é incompreensível para ele e assim permanecerá para sempre. Experimentando a pureza da arte alemã o judeu sem raiz não tem órgão. O que ele chama de arte, agrada nervos degenerados. Precisa exsudar o mau cheiro da podridão e da doença. Precisa ser grotesco, perverso e patológico. Essas fantasias de mentes doentes foram mostradas aos alemães pelos judeus teóricos em arte como revelações artísticas sublimes.Em 1938, foi feito outro filme. “GUERRA EM MINIATURA.” Seu tema é controle da praga. O filme mostra um método efetivo de matar pragas: gás. O mosquito anófile dissemina a malária. O mosquito da febre amarela também é inimigo do homem. Por que ir longe? Temos nossos insetos. Eles transmitem doenças: tifo, cólera, inflamações oculares. Aqui está um colega deles menos conhecido: o besouro. Gosta de comer roupa. Mas não tem nada a ver com metal. Aliás, ele devia se chamar verme da madeira. Ele não se detém diante de tesouros artísticos. A química nos deu uma arma efetiva: gás venoso. Em 2 anos, usarão monóxido de carbono em doentes mentais. Dentro de 3 anos esse gás será usado em Auschwitz. O gás chamado Zyklon B. Cianeto, gás altamente tóxico, é eficiente como inseticida. É fácil de usar: é absorvido por flocos porosos que são embalados em recipientes herméticos. Pode-se lidar com o cianeto sem riscos para as pessoas e equipamentos. As janelas são lacradas.Em abril de 1943, Himmler discursa para os oficiais da SS. Anti-semitismo é como livrar de piolhos. Eliminar o piolho é mais do que filosofia. É questão de limpeza. Desse modo, anti-semitismo é uma medida higiênica que fomos forçadas a tomar. Logo não teremos mais piolhos. Sobraram apenas 20 mil piolhos. Logo serão extintos da Alemanha. Gás. Gás!Não por coincidência, um inseticida seria a arma mais efetiva dos nazistas contra os judeus. Durante anos a propaganda usou a seguinte metáfora: Os judeus como bactérias, insetos, vermes. O comandante de Auschwitz Rudolph Hess e seu pessoal não foram obrigados usar em pessoas a substância usada para matar pragas.Para Hess era apenas um problema de delicadeza: “Lentamente o gás enche toda a sala.” “Sempre fui contra o fuzilamento”, disse ele. “Fiquei aliviado por poder eliminar o banho de sangue. E as vítimas seriam poupadas de sofrer até o fim.” Após 24 horas de exposição ao cianeto todas as pragas, suas larvas, são exterminada. Aqui, nesta sala aconchegante, não há pragas. Limpeza e conservação são valores que formam a base de saúde e bem estar de um povo. A cultura nazista de beleza agiu como maquiagem mental. A cena idílica era a tela atrás de qual assassinos matavam. Quando o comandante Hess, de Auschwitz descreveu o idílio que criou para sua família sobre os campos é um exemplo claro dessa função. Quando começou o extermínio em massa, não era feliz no campo. Minha mulher não entendia o meu mau humor. Culpava meu serviço. PLANO DE UM CREMATÓRIO.Depois que ela entendeu o que eu fazia raramente queríamos Ter relações sexuais.A partir de 1942, a câmara de gás era meio de extermínio. O fuzilamento tinha cessado. Assassinato tomou aspecto de medida higiênica. Em Auschwitz, a arma médica foi mantida intacta. Médicos tinham papel importante no processo da morte. Eram eles que selecionavam as vítimas e supervisionavam o uso de Zyklon B como prescrito. Depois, checavam se as vítimas estavam realmente mortas. Um sistema onde as vítimas operavam o equipamento pouparia aos matadores do horror de seu trabalho.Assassinato em massa foi a conseqüência final da ambição de Hitler em criar o novo homem. A maquiagem do culto nazista à beleza encontrou seu caminho na câmara de gás.A matança era uma missão biológica um tributo sagrado ao sangue puro. As fábricas de morte faziam saneamento antropológico. Eram o instrumento de embelezamento. “Ordenei que cada oficial carregue, além da espada os livros de Karl May sobre como lutar com os índios. É assim que precisam lutar contra os russos. Precisam se esconder em árvores e pontes e saltar para matar.” Esse pronunciamento de Hilter em 1942, trai sua estranha relação com a realidade. Karl May era o autor favorito de Hitler.Esse autor alemão escreveu 70 livros infantis que Hitler leu quando criança.Karl May escreveu livros sobre índios e aventuras em lugares exóticos. A riqueza de detalhes e o realismo de tais livros é sua característica. Descreve como os índios faziam fogo detalhava suas armas, vestimentas e provisões. Karl May nunca havia visitado esses lugares nem tinha contato com pessoas em outros países. Dividia com Hitler essa falta de experiência em viagens.Mesmo adulto, Hitler continuava a ler Karl May, como prova de que era preciso conhecer o deserto para comandar tropas na África.Hitler sabia da falta de experiência de May. Ele não via May como um aventureiro falastrão. Levava-o a sério. Considerava-o a fonte de sabedoria. Ele via em Karl May uma espécie de teórico visionário. Com a clarividência de realidades distantes. Em outra ocasião, Hitler cita May com exemplo de como alguém com imaginação e poder de discernimento não precisa conhecer certas pessoas assim como May, não conhece beduínos ou índios de modo a conhecer suas almas melhor do que antropólogo.May mostra que não era preciso viajar para conhecer o mundo. Hitler sustenta que. a imaginação gera a base do conhecimento. Ele não foi perspicaz em afastar as visitas que o rodeavam. A falta de perspicácia foi evidente em uma área: Onde a experiência de Hitler era escassa. Seu julgamento de estranhos. Isso é típico em sua atitude contra os judeus. O documento anti-semita: “O protocolo do povo israelita.” É um documento falso que sugere uma conspiração judia para controlar o mundo.Hitler vê nisso uma revelação. Embora haja discussões sobre a autenticidade do documento. Essas idéias tem impacto sobre Hitler. Fico evidente sua estratégia paradoxal: Quanto mais inútil a guerra se torna maior é a perseguição e extermínio dos judeus. Apesar da escassez de equipamento e transporte o extermínio de judeus tem prioridade. Para entender essa falta de lógica observaremos a natureza do anti-semitismo de Hitler.Ele via os judeus como um câncer que se alastra. Como os judeus preservaram sua pureza racial eles eram o maior rival dos arianos para dominar o mundo. Na imaginação de Hitler havia uma luta feroz contra seu mais forte e perigoso inimigo. Manter a guerra sem lutar contra esse inimigo era impensável para Hitler. Quanto mais baixas na guerra mais importante se torna o extermínio. Para Hitler perder a guerra não significa o fim do nazismo.A queda da Alemanha iria inspirar as futuras gerações. O extermínio dos judeus enfraqueceria a Alemanha mas se ergueria, mais uma vez, das ruínas.Na noite de 30 e 31 de maio de 1942 milhares de bombas inglesas atingem Colônia. Os aliados bombardeiam o centro da Alemanha. A destruição é horrível. O ataque é o primeiro de muitos que atingirão a Alemanha. Estalingrado. 31 de janeiro de 1943. O 6º Batalhão alemão foi revendido e destruído. Foram feitos 90mil prisioneiros. Todos sabem que a Alemanha está perdendo a guerra. Eles não querem a guerra, querem capitulação. Nunca! Nunca! Queremos a guerra? Sim! Sim! Você quer, se possível uma guerra mais radical, com a qual nunca sonhamos.“Um concerto numa fábrica de tanques. No intervalo, a orquestra de ópera Alemã toca conduzida por Haus Schimidt-Isseistedt.” Os exércitos soviéticos não param de avançar. As tropas alemãs se retiram. A SS recebe outra missão: Himmler manda eliminar os traços de assassinato em massa. O trabalho deve ser feito por uma unidade especial. “Sonderkommando 1005.”Até a máquina de guerra alemã se despedaça. O Sonderkmmando 1005 fez os ajustes para a história. Antes do ataque russo, as valas comuns devem ser abertas os corpos queimados e os esqueletos reduzidos a pó. Sementes serão espalhadas para esconder as tumbas. A Grande Exposição de Arte de 1943.Apesar dos tormentos da guerra a arte serve a seu propósito nessa luta imensa. Aqui estão alguns dos trabalhos expostos. “Noite” de Willy Kriegel. “O Raio de Aurora” de um escultor de Berlim, R.Ullmann. Hitler compra 48 pinturas e esculturas.Os planos de Hitler para o Museu de Linz, prosseguem. O arquiteto Hermann Giesler trabalha nas plantas. A caçada aos tesouros da Europa continua. Entre 1942 e 1943 os homens de Hitler adquirem cerca de 30 mil trabalhos: Vermeer, Rubens, Vicelli, Amigoni, Cada obra é cuidadosamente catalogada.Numa Alemanha destruída, é planejada a evacuação. As obras de arte devem ser guardadas numa mina nos Alpes. Normandia, 6 de junho de 1944. A invasão aliada começa. Os aliados perto de Paris. Os alemães preparam-se para deixar a cidade. Resistência francesa luta contra eles nas ruas de Paris. Quatro anos se passaram desde que Hitler entrou em Paris. Agora sua atenção está voltada para lá. Em 23 de agosto, ele ordena a defesa da cidade. Se isso falhar Paris deve ser arrasada. Dois dias depois, Paris é libertada. O exército alemão retira-se em todas as frentes. Hitler ordena a “tática de terra arrasada.” Os aliados transpõem a fronteira alemã. Agora, a guerra será travada em solo alemão. O inimigo descobrirá nas próximas semanas que uma coisa é conquistar Paris e Bucareste e outra a tomar Colônia e Konigsberg.Casas e monumentos são deixados em ruínas. As vias de suprimentos são cortadas. Mas nos abrigos subterrâneos, a vida continua. Arquivos e coisas de valor são levados para locais seguros. O governo municipal vê a necessidade do dia. Não tem mais salas de espera. Hitler prepara sua retirada para uma casamata, embaixo da chancelaria em Berlim.Auschwitz, 27 de janeiro de 1945. As tropas russas chegam aos campos de morte. Em 9 de fevereiro, Giester leva para Hitler na casamata o modelo final de Linz. Hitler estuda os planos por horas. Tudo o que ficou no projeto de Linz é uma tentativa, que falha, de destruir as obras de arte. Na mina dos Alpes, onde as obras foram escondidas são colocados explosivos que à chegada das tropas inimigas explodirá tudo.O exército aliado se aproxima do centro da Alemanha. Em 1º de março Hitler ordena que a imprensa fale das guerras púnicas. A luta alemã deve ser comparada à Roma contra Cartago. Foram 3 longas guerras para manter o lugar de Roma no velho mundo. Apesar de seu declínio físico e mental, Hitler mantém o domínio do que o cercam. A catástrofe parece dar nova força a ele. A vergonha da derrota será compensada pelo vigor alemã. Da derrota total, pode brotar nova semente, declara ele. Em 19 de março Hitler ordena que as áreas sobre mira sejam esvaziadas totalmente e que os depósitos de suprimentos e coisas de valor sejam destruídos.“Se a guerra está perdida, o povo alemão está perdido”, diz ele. Não é preciso se preocupar com o que os alemães precisam para sobreviver.Após essa luta, só inferiores sobrarão. Os bons terão perecido. Os alemães, o povo escolhido por Hitler tinham-no abandonado. E encontravam seu destino.As tropas soviéticas chegaram a Berlim.“Eu serei leal! Embora todos tenham desertado. Eu carregarei minha bandeira, mesmo na derrota. Na minha boca, as palavras de um louco ressoam. Se eu cair, esta bandeira será levada.”Em 1933, Baldur Von Schirach tinha escrito esse verso baseado nas palavras de Hitler. Como se a cena final fosse a mais importante, eles começaram pelo fim.Para Hitler o destino era a mais alta expressão de arte. Cada vez que ele, em Bay reuth via a queda com orgulho de Gotterdammerung” de Wagner ele busca a mão de Winified Wagner nas trevas e a beijava com devoção. O drama virou realidade para Hitler. O final, era sua missão cenográfica decisiva. Depois da derrota, não há nada. Com a morte de Hitler o Nazismo entra em colapso.Não há slogans nem pontos de resistência. O Nazismo perdeu completamente o seu ímpeto. Longe da Alemanha, no porão dos vencedores, retrato da hierarquia nazista apareceu décadas mais tarde.Junto a funcionários do partido vemos médicos peritos em genocídio e arquitetos.Definir o Nazismo em termos políticos é difícil porque sua dinâmica está cheia de algo muito diferente do que chamamos de política. Esta força motora foi, em grande extensão, estética. Sua ambição era o embelezamento do mundo.Da morte de doentes mentais ao extermínio de judeus não há um motivo político real.Não foram liquidados inimigos ou oponentes do regime. Mas sim, pessoas inocentes cuja existência estava em conflito com o sonho nazista. Pelo cadáver civil, os assassinatos em massa não eram crimes de guerra. Eram assassinatos de civis por ordens militares. A bagagem mental obscura e a estranha noção de política que constituem uma subvegetação da cultura européia de repente, vêem a luz do dia com Hitler.Hitler foi das palavras à ação.Sem restrição transformou uma ideologia absurda em realidade infernal.

Boa Leitura!
Evandro Guimarães

2 comentários:

Unknown disse...

parabéns pelo texto assim a internet continua sendo maior biblioteca que existe

sad wings of life disse...

Muito bom! O texto inteiro desse grande documentário. :)